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Split e Brač: a Riviera Croata

Split e Brač: a Riviera Croata

Caminhando pela Riva e entrando no Palácio de Diocleciano.

 

 

Split é a cidade mais encantadora da Dalmácia central. Lugar de onde partem navios para a ilha de Brač, entre outras, de onde foram trazidas as pedras brancas usadas na construção do Palácio Diocleciano, o maior exemplar da arquitetura romana na Croácia e seu principal cartão-postal.

 

Quando você desembarcar do ônibus na rodoviária, de cara vai avistar o magnífico Palácio de Diocleciano e a Riva, como o calçadão de mármore, junto ao mar é chamado. Split fica no centro da Dalmácia e é perfeita para quem quer curtir o sol, badalar e partir dali para cruzeiros que levam há várias ilhas, incluindo a graciosa Brač.

 

O imperador romano Diocleciano que perseguia os cristãos, queria um lugar na terra para a aposentadoria. Construiu o palácio em pedra branca de Brač, mas não usufruiu desse lugar murado por muito tempo. Acabou adoecendo, abdicando e morrendo.  Logo em seguida, sua mulher Prisca e a filha, Valéria, foram assassinadas a mando de Licínio, sendo anos mais tarde, canonizadas (Prisca havia se convertido ao cristianismo).

 

Diocleciano que nasceu e morreu nessa região antes dominada pelos romanos, foi o grande responsável por deixar esse legado para turistas do mundo todo. Split nasceu ao redor de seu palácio, no século IV a.C. e conserva até hoje arquitetura antiga (da parte murada) perfeitamente integrada ao resto da cidade, com vida moderna.

 

Riva (calçadão)

(E.B.)

A Riva (calçadão)

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Riva (calçadão)

Riva (calçadão) (E.B.)

 

 

La dolce vita

 

Para muitos visitantes Split basta. É um lugar onde a alegria domina. La dolce vita à moda croata. Lugar para comer bem, incluindo frutos do mar, aspargos selvagens e a macia carne bovina chamada de boskarin. Para a sobremesa, sorvete (sladoled) em mais de 20 sabores. Tentação.

 

Tenha certeza que encontrará muitos brasileiros transitando pelas ruas de Split no alto verão. Muitos chegam ali no porto desembarcando por alguns dias ou algumas horas em cruzeiros que saem de Veneza, na Itália e fazem escala nessa cidade com mar morno (mesmo em setembro ainda é possível nadar em suas águas cristalinas).

 

Na Dalmácia Central, onde fica Split, a temperatura é quente. Bem mais do que do resto do país.

 

Saia para conhecer mais dessa cidade com ruínas romanas, céu sempre azul, mar de águas cristalinas e ares mediterrâneos. O Mediterrâneo como foi no passado. Sem qualquer agressão. Tudo ali chama a atenção dos visitantes: as palmeiras da Riva, os bares e restaurantes fincados entre rochas, o palácio, as praias de areia, enseadas de cascalho, as ilhas muito próximas, acessíveis por ferry boats, a cordilheira Dinaric como um telão de pedras para se avistar de longe o seu espetacular litoral.

 

 

Segunda maior cidade

 

Split é a segunda maior cidade da Croácia que mistura o antigo e o moderno, sem perder nunca a classe. O Palácio de Diocleciano, Patrimônio da Humanidade da Unesco é imponente. Um dos monumentos romanos mais lindos que se perpetuaram para a sorte de nós mortais. Entre por um dos portões com nome de metal – ouro, prata, bronze, ferro – e se surpreenda.

 

Dentro dessa muralha antiga vivem famílias e há inúmeros bares, restaurantes e hotéis de charme. Já pensou em se hospedar onde os romanos viviam? Eu não fiquei lá dentro, mas conheci alguns apartamentos super legais. Me hospedei num hotel mais distante, perto do Mar, muito bom: o Radisson Blu.

 

https://www.radissonblu.com/en/resort-split

 

Embora para muitos agentes de viagem Split seja apenas um lugar para passagem (embarque e desembarque nos cruzeiros marítimos), a dica é desbravá-la. Na sua próxima rota fique pelo menos três dias por lá. Você vai gostar!

 

 

Diocleciano e os impérios

 

O imperador romano Diocleciano (245-313 d.C.) ficou conhecido por perseguir os cristãos. Vários santos atuais da Igreja Católica foram mortos sob suas ordens, mas ele acabou também recebendo o castigo esperado.

 

Para nossa sorte, antes de morrer, entre 295 a 305 mandou construir seu palácio do jeitinho que queria: com imensas colunas e mármore de Brač, a mesma pedra que foi usada na Casa Branca, em Washington.

 

 

Atrações

 

Palácio de Diocleciano

 

Fica no bairro antigo, em frente ao porto.

 

Ruína romana onde Diocleciano passava suas férias e depois foi ocupada como retiro para governantes romanos e por fim habitada por habitantes romanizados que fugiram da colônia de Salona (hoje Solin) para viver entre muros.

 

A construção demorou 10 anos pois Diocleciano queria o melhor. Importou mármore da Itália e da Grécia, colunas e esfinges do Egito. Mede 215 metros de leste a oeste, com as muralhas chegando a 26 metros.

 

Há 220 construções dentro dos limites do palácio, e nelas vivem cerca de 3 mil pessoas. Cada parede da muralha que cerca o palácio e suas outras construções, tem um portão com o nome de um metal; no extremo norte fica o Portão de Ouro, no sul, o Portão de Bronze e a oeste fica o de Ferro.

 

Paredões brancos do Palácio Diocleciano e o Portão de Ouro (E.B.)

 

O Portão de Ouro à noite

O Portão de Ouro à noite (E.B.)

 

– Salas do Porão.

As salas e os corredores sob o palácio de Diocleciano valem o ingresso.  Há lojas de souvenires na antiga adega e o visitante se sente como na idade média dentro dessa construção histórica.

 

Interior dos porões.

Interior dos porões (E.B.)

 

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(E.B.)

 

– O dedão da sorte (no Portão de Ouro)

Ao entrar ou ao sair do Palácio pelo Portão de Ouro não deixe de esfregar o dedo esquerdo da escultura de Gregório de Nin, bispo croata que lutou pelo direito de usar o idioma do seu país nas missas (antes era somente o latim que imperava).

 

Dizem que quem esfrega o dedão do bispo – a escultura já está até brilhante – tem chance de voltar a Split e mais, ter sorte.

 

Escultura do Bispo Nin

Escultura do Bispo Nin (E.B.)

 

Dedão da sorte

Dedão da sorte (E.B.)

 

 

– Catedral de São Domnius (conhecida como St Duje)

Foi construída para ser o mausoléu de Diocleciano. Tem formado octogonal e é circundada por 24 colunas de granito e mármore. No interior coberto por uma cúpula aparecem imagens do imperador e sua mulher, Prisca.

 

A catedral se destaca pelas pinturas representando a vida de Cristo nas portas de madeira da entrada.

 

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(E.B.)

 

 

Compras:

 

O que não faltam em Split são sapatarias, lojas de artesanato, de joias, de cerâmica e de pedra. Os preços são justos.

 

Artesanato

Artesanato (E.B.)

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SAIBA MAIS

 

Você pode chegar a Split por rodovia (eu saí de Zagreb), por mar (cruzeiros marítimos) ou por ar (há aeroporto na cidade).

 

A Croácia tem um dos mais esplêndidos litorais do planeta e em Split as praias encantam.  Seus moradores assim que você chega costumam dizer: “Bem vindo à cidade mais bonita do mundo e arredores”. Você vai concordar!

 

Split é linda e antiga. Há registros de que seus primeiros habitantes tenham chegado ali no Mar Adriático no ano 293 d.C.

 

Por estar localizada numa península na margem oriental do Mar Adriático, conta com praias com águas sempre mornas e calmas, perfeitas para mergulho e banhos. As praias, ao contrário de outras cidades croatas, não são de pedregulhos, mas sim de areia branca.

 

 

Bares e a vida noturna

 

Os bares dentro da cidade muralhada onde fica o palácio Diocleciano são uma boa para curtir a noite e pôr o papo em dia. Mas lembre-se que vivem lá dentro mais de 3 mil famílias. Portanto, à 1 h da madrugada, todos cerram suas portas. Saia dali e vá curtir a noite na Riva, olhando para o céu e agradecendo a oportunidade de conhecer a Dalmácia Central croata.

 

Bares dentro da cidade murada

Bares dentro da cidade murada (E.B.)

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Fuso: 4 horas a mais em relação ao Brasil.

 

*Não há como fazer ligações interurbanas para o Brasil via Embratel. Use o WhatsApp e se comunique sem problemas ou compre um cartão internacional pra ligações.

 

De barco, a distância entre Split e a Itália é de apenas três horas.

 

 

Vá até Brač

 

Em pouco mais de 1h30 de travessia você chegará a Brač, cujas pedras brancas foram usadas na construção do espetacular Palácio de Diocleciano, a mais imponente construção romana na Croácia.

 

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(E.B.)

 

Desembarcará em Sumartin, em Bol, um porto tranquilo com restaurantes, bares e lojinhas de artesanato. Ali, caso você tenha esquecido o celular, é só procurar o dono, pagar uma pequena taxa e ligar para o Brasil numa boa.

 

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Aproveite para subir e conhecer lugares especiais da ilha como a aldeia Dol, um dos assentamentos mais antigos do país que conserva casas de pedra e onde funcionam tavernas que oferecem refeições saborosas e com excelentes preços como a Konoba Toni (www.toni-dol.info) onde também estive.

 

 

As praias e a pedra

 

O excelente guia Lonely Planet, editado aqui pela Globo Livros diz que “Brač é famosa por duas coisas: sua reluzente pedra branca e Zlatni Rat, a comprida praia de cascalho em Bol que se estica voluptuosamente para dentro do Adriático e enfeita 90% dos cartazes de turismo da Croácia”.

 

Verdade. A praia é linda e você vai chegando aos seus vários pontos numa caminhada leve e tranquila. Quanto mais sobe mais encontra turistas, hotéis e lugares para tomar um suco, uma cerveja e comer alguma coisa.

 

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(E.B.)

 

Essa ilha que faz parte da Dalmácia central, assim como Split tem duas cidades e  muitos outros lugarejos tranquilos de onde se avista de cima o mar Adriático. Dependendo da localização venta muito a ponto das árvores se retorcerem.

 

Supetar difere de Bol. A primeira é praticamente um lugar de passagem, embora tenha ruas de pedra e uma bela igreja (da Anunciação). Já Bol, um centro para curtir a vida e para muitos encontros.

 

Ir à praia, tomar sol e praticar windsurfe são os maiores atrativos do balneário cuja praia principal é toda cercada por pinheiros que lhe dão sombra o ano todo.

 

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(E.B.)

 

Para chegar à Zlatni Rat não tem erro: basta seguir o calçadão à beira-mar com casas de veraneio com lindos jardins tropicais.

 

 

SAIBA MAIS

 

  • Split é a segunda maior cidade croata (200 mil habitantes) e também patrimônio da Unesco. Nasceu ao redor do palácio de Diocleciano, no século IV a.C. A arquitetura antiga dentro da cidade murada está preservada e há integração entre o antigo e a vida moderna. É um importante porto do Mar Adriático, de onde partem ferryboats para diferentes ilhas da Dalmácia e também para a Itália ligando a Croácia a Ancona.

 

  • Ston, muito próxima de Split, é conhecida pelas suas famosas ostras (leia mais no post gastronomia). No século XIV a República de Ragusa construiu um forte para se defender os ataques vindos do mar. Seus muros formam “uma pequena muralha chinesa”.

 

  • Brač e a praia de Bol: para chegar a ilha de Brač (e a praia de Bol) pegue um ferryboat em Split (40 minutos). É destino disputado pelos europeus no verão. A maior ilha da Dalmácia tem 14 mil habitantes distribuídos em 23 pequenas cidades e aldeias.

 

 

*Texto e fotos: Eliane Barbosa.

Eliane Barbosa
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