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O VÍRUS DA DESINFORMAÇÃO

O VÍRUS DA DESINFORMAÇÃO


ZARCILLO BARBOSA


Cerca de dois milhões de pessoas morrem de gripe no mundo, todos os anos, segundo as estatísticas da Organização Mundial de Saúde. Velhos, crianças, debilitados por doenças pré-existentes, estão entre as principais vítimas da influenza. E assim também será com o coronavírus, que nada mais é do que a gripe com outra cepa.


A causa dessa histeria coletiva que derrubou bolsas de valores e valorizou ativos de menor risco como o dólar e o ouro, tem sua origem na China. Lá, uma ditadura comunista, o governo pode cometer exageros como o de trancafiar 700 milhões de habitantes em quarentena, nas suas próprias casas. No mundo ocidental democrático, já é impossível retirar das pessoas o seu direito de ir e vir. Além de nada adiantar, o Covid 19 (nomenclatura da OMS) espalhou-se por 40 países e vai chegar por aqui.  Em mais de 90% dos infectados, de forma branda e assintomática, sem que sejam necessários cuidados médicos.


As autoridades da saúde pública ainda vão ter que tratar da depressão, estresse e o pós-traumático daqueles que forem submetidos à violência do isolamento.


Em Hong Kong, até cães e gatos de pessoas infectadas são detidos em isolamentos. Imagine, aqui no Brasil, se seria possível proibir o Desfile das Campeãs, no Sambódromo, ou jogos no Maracanã. Derrubam o governo.


No Brasil, temos 182 casos suspeitos e 72 acabam de ser descartados. O único positivo veio “premiado” de Milão, na Itália. O vírus H1N1, que está por aí, inclusive em Bauru, matou de 50 a 100 milhões de pessoas no mundo em dez anos. Essa pandemia é considerada a mais letal da história da humanidade. O Ebola, pelo menos vinte vezes mais letal que o Coronavírus, nem por isso provocou qualquer convulsão no mercado de valores. Entramos no século 21 com a gripe aviária e a Síndrome da Respiração Aguda. Somente quem é do ramo sabe o que significam esses nomes.  A tuberculose matou 1 bilhão de pessoas até 1950; a varíola atormentou a humanidade por mais de 3 mil anos. A terrível “bixiga” matou de Ramsés II a Luiz XV.  A AIDS levou para o túmulo 22 milhões de acometidos, desde 1981. O sarampo voltou por desleixo, falta de vacinas. Matou 6 milhões desde 1963.


Leio que, em Bauru, os estoques de álcool gel e máscaras cirúrgicas desapareceram das farmácias. A única recomendação da Organização Mundial de Saúde é que as pessoas lavem as mãos. Se caírem em estados gripais, o melhor remédio é água limpa para se hidratar.  Repouso e boa alimentação, ajudam.


O pior de tudo é o vírus da desinformação. Como a influenza, esse “bichinho” está em constante mutação. Existem até movimentos antivacina. A ignorância é o principal inimigo dos  imunizantes eficientes para sarampo, febre amarela e tantos outros males, aplicados gratuitamente. Há gente que ainda acha que são “venenos” inoculados no povo para deixa-lo doente de propósito. O governo vai começar mais cedo a vacinação contra gripe, que protege contra as cepas que estão por aí. A imunização contra o Covid 19 ainda demora um pouco mais. Em abril serão feitos os primeiros testes em macacos. Mais uma vez os primatas ajudarão a salvar os humanos.


As leis vigentes no Brasil não obrigam ninguém a ter o seu corpo invadido por uma agulha. Esse conceito está mudando no mundo democrático, já que o interesse da maioria é que deve prevalecer. O direito de não vacinar termina quando começa o direito do próximo de não adoecer.

Zarcillo Barbosa é jornalista

proximarota
2 Comentários
  • WNIelsen

    Exato ZB.
    Nao ha como nao concordar.
    O quase impossível é conscientizar o povo colaborar.
    Vamos lavar aos mãos e guardar os dólares..

    03/03/2020 às 19:04 Responder
    • proximarota

      Grato pela leitura!

      06/03/2020 às 13:15 Responder

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