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Amsterdam se programa para o novo normal

Amsterdam se programa para o novo normal


ZARCILLO BARBOSA


Amsterdam é a combinação entre o passado e o futuro. Chamada de Cidade em Equilíbrio, ela está sempre em mutação, conservando seu passado ao longo dos canais, na arte e inovando na arquitetura, na moda, na gastronomia.


Em toda viagem à Europa, a capital da Holanda é um grande atrativo. Recebe voos diretos do Brasil, pela KLM,  e seu aeroporto, um dos melhores do mundo, tem conexões para todas as capitais, de todos os continentes.


É possível fazer um stopover de 36 horas, tempo suficiente para aproveitar algumas das suas melhores atrações. E pode sair de graça… A conexão é isenta. Experimentei quando fui para a Croácia, e gostei.


Amsterdam tem cerca de 850 mil habitantes, mas recebe 19 milhões de turistas/ano. Nesta fase pandêmica, a prefeita de lá, Femke Halsema, como a prefeita de cá, Suéllen Rosin, também não quis adotar o lockout. Preferiu o que ela chama de Promoção por Gestão. Isto é, adotou medidas desencorajadoras para os locais mais visitados. E promoveu outras áreas, até mais bonitas e interessantes do ponto de vista cultural.


Na Praça dos Museus, mandou retirar o letreiro colorido “I Love Amsterdam”. Os turistas se aglomeravam para tirar uma foto no lugar do coração. A prefeita quer transferir de local o Red Light (famoso “Bairro da Luz Vermelha”), com suas vitrinas onde mulheres se exibem em diminutas lingeries.


A resistência é grande. O máximo que a prefeita conseguiu foi limitar as visitas. Elas são guiadas mediante pagamento de taxas e proibidas as fotos que submetem as meninas a condições vexatórias e indignas. Lá está o Café Rosso, teatro de sexo explícito. Há uma infinidade de bares com mesinhas na calçada, frequentados por homens loiros do tamanho de um armário; mocidade alegre; marinheiros bêbados; café com pegada sensual e sex shops. Ninguém mexe com ninguém. Qualquer tipo de assédio dá cadeia e multa pesada. Nem adianta alegar que é de Bauru (rsss).


O transporte público é eficiente. Por 10 euros/dia o turista pode alugar uma bicicleta e percorrer todos os locais do roteiro, sem problemas. A cidade é totalmente plana. Há passeios de barco. Pela internet você pode reservar e pagar seu ingresso par o Museu Van Gogh e o Rijks. No primeiro, podem ser vistas 260 pinturas e desenhos do mestre do impressionismo, como Os Comedores de Batata, Quarto de Arles e Os Girassois. O RijksMuseum abriga a célebre e gigantesca tela de Rembrand, Ronda Noturna, além de obras de Frans Hals e Jan Vermeer, A Leiteira.



Pena que o Kenkehof, o Parque das Tulipas, já tenha encerrado sua temporada em maio. Mas é fácil visitar o Mercado das Flores, no centro da cidade, que nos emociona pela variedade das cores dessa flor nacional dos Países Baixos. São 25 barracas onde se pode comprar bulbos para plantar em casa, ou então um tamanco de madeira, decorado com pintura dos tradicionais moinhos.


À noite, as pontes ficam iluminadas. É um espetáculo à parte. Do Bene Café, do outro lado do Rio Amstel, o visitante tem uma vista de 360° da cidade.


Por 40 euros é possível comprar um chip, numa das muitas lojas de produtos para smartphones, e falar em toda a Europa, receber e-mails, acesso ao Face, ao WattsApp e falar com os familiares que ficaram o Brasil.


O cenário do centro é completado pelas inúmeras pontes cheias de flores e por edifícios históricos. Um deles foi onde Anne Frank se escondeu, com a família judia. Infelizmente “dedaram” o esconderijo e a família morreu num campo de concentração nazista em Auschiwitz. Sobrou o seu “Diário”, revelador. Excursões guiadas mostram detalhes da casa onde eles permaneceram escondidos durante dois anos, até 1944, quando foram deportados. É um pouco triste, mas vale os nove euros.



Para alegrar o passeio, ande uns dez minutos a pé até o Winkel 43, do outro lado do canal. Você provará a melhor torta de maçã com chantilly do mundo, por 4,5 euros a fatia. O café ainda oferece uns pratos rápidos, como quiche de cogumelos portobelo e brie com salada verde, a 5,50 euros.


Fique atento ao andar pelas ruas. Repare que depois da rua existe a ciclovia, antes da calçada, e também os trilhos do bonde. Olho vivo, seja esperto para não ser atropelado. Os holandeses parecem todos uns louquinhos da aldeia sobre suas bikes.


Vale a pena uma pausa junto ao carrinho que vende batatas fritas, em cartuchos, como as nossas pipocas. São as únicas batatas holandesas que vêm da Bélgica. A maionese de alho é uma delícia. 


Ao final desse mini-roteiro, você já pode dizer que conheceu Amsterdam. Leve para casa o stroopwafel, um waffle fininho, recheado de caramelo. É a bolachinha típica holandesa, presente perfeito para os amigos. No free shop do Aeroporto de Schipol, três caixinhas saem por 10 euros.


Zarcillo Barbosa é jornalista.

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