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Panoramas Suíços – De Interlaken ao Jungfrau

Panoramas Suíços – De Interlaken ao Jungfrau

Para admirar o lago, andar de charrete e partir para o ‘topo da Europa’ no trem de montanha mais alto do mundo

 

(Eliane Barbosa)

 

É um pulo. A viagem em trem panorâmico com mordomias entre Berna e Interlaken – região central da Suíça – não dura mais do que 50 minutos. E você estará entrando em um mundo único de emoções, já que Interlaken é a porta de entrada para excursões pelos Alpes Suíços e a montanha Jungfrau. Ela é famosa, tem título de patrimônio da humanidade e só se chega a ela através do trem de montanha mais alto do mundo.

 

A estação de Interlaken de onde partem os trens ao Jungfrau, o Topo da Europa (foto: Eliane Barbosa)

Os trens partem com precisão, não há um minuto de atraso (foto: Eliane Barbosa)

 

Desembarcando em Interlaken Ost, o visitante tem ali mesmo na estação um painel para escolher sua hospedagem. Basta acessar o número do hotel para saber sobre a disponibilidade. A poucos passos da estação fica um hostel recém-inaugurado. Limpo e clean.

 

Na estação você já pode escolher seu hotel (foto: Eliane Barbosa)

 

O hotel mais luxuoso de Interlaken é o Hotel Victoria-Jungfrau, que oferece de suas varandas envidraçadas e apartamentos refinados essa visão mágica. Ao lado funciona o Metrópole Hotel, este mais moderno, com terraço para quem quer avistar toda a cidade, os alpes nevados e as performances dos amantes do parapente. Eles cruzam o céu e dão a Interlaken um quê especial.

 

O encantador Hotel Victoria (foto: Eliane Barbosa)

 

Um pouco mais à frente, onde eu fiquei: o histórico Grand Hotel Beau Rivage, da cadeia de hotéis Lindner, com apartamentos amplos e vista para o lago de águas puras, que descem dos Alpes e vão dando vida às vilas e cidades.

 

Onde me hospedei, hotel da rede Lindner (fotos: Eliane Barbosa)

 

Lugares que são cartões-postais com gramados bem aparados, jardins floridos, vacas pastando com sinos no pescoço e chalés avarandados, todos com floreiras de gerânios nas janelas.

 

Interlaken é charmosa como todas as cidades suíças (foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

Casas avarandadas com flores nas janelas (foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

 

A cor das águas do lago que banha Interlaken e passa bem atrás do Grand Hotel Beau Rivage chama a atenção: um verde esmeralda transparente que nos dias ensolarados parece fundir com o infinito do céu azul. Dependendo da intensidade da luz e da hora, a tonalidade muda.

 

As águas cristalinas de Interlaken que significa “entre lagos” (foto: Eliane Barbosa)

 

Pelo lago circulam barcos levando turistas a cidades próximas, como Thun que é uma graça.

 

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

 

Interlaken está sempre movimentada por conta dos turistas. Mas no final do verão, depois do mês sagrado dos muçulmanos, o Ramadã, fica ainda mais cheia. Árabes, japoneses, chineses e indianos, em outubro, estão por toda parte. Fazendo compras nas relojoarias, participando das degustações de queijos e chocolates, posando para selfies nas carruagens que cruzam a cidade. Para os suíços, coisa comum.

 

Alguns árabes chegam com suas quatro mulheres se hospedando no mesmo andar do hotel. Trazem os filhos, passeiam, consomem e vão embora. Para nós latinos, adeptos das minissaias e blusas decotadas, as mulheres de burca em dias quentes ainda são intrigantes. Assim como as tatuagens nos dedos, comum em muitos povos do outro lado do oceano. Mulheres com olhos lindos, bem maquiados, mas com véus cobrindo quase todo o rosto, indianos com turbantes que demonstram a casta a que pertencem e muçulmanos fumando xixa (narguilé) são comuns. Junto a eles, turistas de todas as partes da Europa e do mundo, com predominância, claro, pela aproximação de alemães, franceses e italianos – a Suíça tem três polos de colonização dependendo da região – e brasileiros, que estão cada vez mais descobrindo o destino.

 

Há muitos portugueses e latinos vivendo em Interlaken. A peruana Nina mora na cidade há duas décadas. Foi passear e visitar a irmã, se encantou pelo país, conheceu seu marido, apaixonou-se por ele e pela Suíça, onde constituiu família. Durante os dias trabalha em um hotel da cidade como guia, e à noite, nos finais de semana, numa lanchonete onde não faltam ceviches e empanadas. Mesmo estando na terra do rosti, da raclete e do fondue, continua apreciando a gastronomia dos Andes.

 

“Chegando a Interlaken, vale a pena alugar um cavalo ou charrete em uma das duas estações ferroviárias da cidade e passear pelo centro para admirar as paisagens alpinas de uma forma diferente e divertida”, recomenda.

 

Charretes oferecem passeios pela cidade de Interlaken (foto: Eliane Barbosa)

 

Durante o passeio pelas três partes da cidade o visitante poderá desfrutar de paisagens lindas e conhecer até mesmo uma área reservada para quem mora no centro, mas quer ter sua horta no campo. Nesses pequenos e compartilhados espaços as famílias podem plantar legumes, frutas, viver a vida no campo. Ao redor, casas de camponeses, vacas com sinos pastando, um clima bucólico de interior.

 

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

 

Interlaken é uma cidade plana. Muito fácil de ser descoberta. Durante a caminhada a partir da estação é impossível não se encantar: com as igrejas, os parques, jardins muito bem cuidados, roseiras com flores multicoloridas e imensas – como as colombianas – e floreiras de gerânios emoldurando até mesmo os postes de iluminação pública. E lá no alto, como pano de fundo, os Alpes Suíços sempre com seus picos nevados.

 

Vistas panorâmicas

 

A Montanha de Gelo

 

Depois de um ou dois dias em Interlaken é obrigatória a viagem até Junfgrau, a montanha de gelo, do palácio, dos esportes na neve, o topo da europa. (Não deixe de levar seu passaporte da Jungfrau Railways, que você receberá durante o percurso, para carimbar essa conquista).

 

O bilhete Interlaken Ost-Jungfraujoch  traz a foto do que o turista encontrará mais à frente: www.jungfrau.ch

 

A viagem é feita pelo Jungfrau Railways, em circuito fechado através dos trens panorâmicos (1h48 de trem, a partir de Interlaken). De dentro dos vagões (é preciso fazer reserva prévia), com poltronas confortáveis equipadas com mesinhas para computador, wi-fi e outras mordomias, as visões vão se sucedendo e encantando. Primeiro a relva verdinha, depois o branco da neve.

 

No início do percurso, tudo verdinho (foto: Eliane Barbosa)

Rumo a Jungfrau, a paisagem vai mudando e os picos nevados vão aparecendo (foto: Eliane Barbosa)

As montanhas brancas rumo ao topo da Europa (foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

 

Após cerca de uma hora de viagem há uma parada para baldeação. Tempo também para você tomar um café, um refrigerante ou mesmo uma cerveja encorpada para novos “desafios”. O lugar é lindo, em qualquer época do ano.

 

Adrien Genier (turismo da Suiça) prefere uma cerveja (foto: Eliane Barbosa)

A primeira parada rumo ao topo de gelo (foto: Eliane Barbosa)

A vista é espetacular (foto: Eliane Barbosa)

 

O Palácio de Gelo

 

Alpinistas estão por toda a parte com seus equipamentos de segurança. A altura? Mais de 2.800 metros acima do nível do mar. Turistas devidamente reabastecidos, é hora de pegar o outro trem. Com outro tipo de engrenagem para atravessar e subir as montanhas. Dentro deles, visões panorâmicas.

 

A primeira parada rumo ao topo de gelo (foto: Eliane Barbosa)

 

Desça devagar, caminhe sem pressa e tire fotos. O ar ali no alto é mais rarefeito e você, se estiver fora de forma, pode sentir falta dele. Faça alguns exercícios de respiração e fique calmo. Há pessoas com mais de 80 anos no mesmo trem que você. Se eles estão bem, seus problemas são apenas emocionais. Não é mesmo? Logo, logo, os turistas estarão a 3.454 metros de altitude.

 

A Jungfraujoch é a estação de trem mais alta da Europa, dando acesso a um incrível parque temático sempre coberto de neve (foto: divulgação)

 

Lá no alto funcionam restaurantes, lanchonetes, lojas de chocolates e de souvenires. Ouve-se todos os sotaques, todos os idiomas. Gente do mundo inteiro em busca das visões mágicas dos Alpes Suíços. Depois do lanche ou do almoço, parta para as manobras radicais na neve, se estiver bem, ou pelo menos conheça o Palácio de Gelo. A temperatura estará em média 13 graus negativos. Sem casaco, botas, luvas, gorro e outros acessórios de frio, será impossível suportar.

 

 

Fotos do Corcovado no trem de montanha

 

Durante a viagem você verá dentro do trem fotos do Corcovado e do Cristo Redentor. Há alguns anos os administradores do trem do Corcovado e do trem de montanha Jungfrau assinaram uma parceria que dá ao turista que conheceu um dos locais 50% de desconto na visita à atração do outro continente. Basta mostrar o ticket até um ano depois. Apenas a título de curiosidade: o Cristo Redentor, o nosso brasileiro, fica a 710 metros acima do nível do mar. Já a Jungfrau você já sabe: a quase 3.500 metros.

 

Entre dois lagos e no coração da Suíça

 

O nome Interlaken explica tudo: a cidade, na região central, onde água, natureza e beleza encantam, está localizada entre dois lagos (daí o seu nome). Abriga a cachoeira Trümmelbach, cujas águas descem “por dentro” da montanha. Falando em cachoeiras elas podem ser vistas no percurso de trem até Jungfrau, chamando a atenção dos turistas que levantam das poltronas e abaixam os vidros para poder fotografá-las.

 

Localizada no coração da Suíça, próxima à capital Berna e entre Zurique e Genebra, a cidade de Interlaken é um excelente ponto de partida para se conhecer toda a região, que leva também o nome Interlaken. Conectada às principais cidades suíças e seus aeroportos, é de fácil acesso tanto por trem, como por ônibus ou carro.

 

Situada entre os lagos Thun e Brienz, Interlaken encanta por sua bela geografia. Os límpidos lagos de cor esmeralda são perfeitos para românticos passeios de barco e só são ofuscados pelo imponente trio rochoso Eiger, Mönch e Jungfrau. Com seus picos nevados, estas montanhas são mundialmente conhecidas.

 

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

 

Famosa por sua ampla oferta de atividades esportivas, como esqui, paragliding, canoagem e rafting, a região de Interlaken, nos Alpes Suíços, cujo ponto de partida é a cidade de mesmo nome, também oferece passeios culturais ao ar livre durante os meses mais quentes do ano, que permitem aos turistas conhecer melhor os costumes e tradições do país.

 

A região de Thun e arredores também oferece excelentes restaurantes, destacando-se o do Hotel Panorama, em Hasliberg.

 

(foto: Eliane Barbosa)

Almoçando no lindíssimo Hotel Panorama (foto: Eliane Barbosa)

 

Além de lagos cor de esmeralda e bons restaurantes, as cidades de Thun e Brienz abrigam castelos dos séculos XII e XIII e um museu a céu aberto que leva os turistas para uma experiência sensorial pela Suíça do passado.

 

Thun: castelos e o lago

 

A cerca de 30 minutos de trem de Interlaken fica Thun, a décima maior cidade da Suíça, às margens do lago de mesmo nome.

 

A principal atração local é o Castelo de Thun, construído em 1186, totalmente conservado ainda hoje. Para chegar, é necessário subir alguns degraus, mas vale o esforço: além de admirar as Atrações da região de Interlaken, nos Alpes Suíços cidade do alto, é possível ver o museu que funciona dentro do castelo, que conta a história de Thun e também da imponente construção.

www.schlossthun.ch

 

Castelo de Thun (foto: divulgação)

 

A cidade histórica, as praias e o passeio pelas margens do lago, com os Alpes como pano de fundo, completam a visita.

 

(foto: Eliane Barbosa)

 

O Castelo Oberhofen, com sua fortaleza medieval, também está localizado às margens do Lago Thun. Um dos mais magníficos parques da região dos Alpes integra o complexo do  Castelo Oberhofen, construído no início do século XIII. O romântico anexo ao castelo encontra-se bem no lago Thun, oferecendo uma vista fantástica para os Alpes Berneses.

www.schlossoberhofen.ch

 

A torre do Castelo Oberhofen (foto: Eliane Barbosa)

Uma das entradas do Castelo Oberhofen (foto: Eliane Barbosa)

O jardim e a vista (foto: Eliane Barbosa)

(foto: Eliane Barbosa)

Jardins do castelo (foto: Eliane Barbosa)

 

Por falar em história, que tal mergulhar de cabeça na cultura suíça? Para reviver o passado e conhecer de perto como era a vida no país há mais de um século, o Ballenberg Open Air Museum é a melhor pedida. Este parque de mais de 600 mil m², na cidade de Brienz, abriga mais de 100 casas históricas de diferentes regiões da Suíça, totalmente originais – desmontadas de seu endereço e reconstruídas, pedra por pedra, no museu a céu aberto.

www.ballenberg.ch

 

O critério de escolha das casas a serem colocadas em exibição leva em conta não só o grau de conservação, como também a história do empreendimento e das famílias que ali viveram. A maior parte das casas expostas é da área rural e todas têm suas particularidades: ao longo do passeio o visitante descobre, por exemplo, que ter uma chaminé no século XVII era sinônimo de riqueza e status.

 

Para entender mais sobre estes detalhes, os hábitos e o estilo de vida dos suíços em diferentes épocas, a dica é conhecer o museu com a companhia de um guia, que leva os grupos para uma verdadeira experiência sensorial: os estábulos têm animais de verdade, e claro, o cheiro característico. Nas casas há voluntários trabalhando para recriar os costumes da época: assando pães, defumando linguiças e fazendo trabalhos artesanais.

 

Todos os produtos são vendidos na lojinha do museu. Vale lembrar que para conhecer Ballenberg são necessários pelo menos três dias inteiros para percorrer toda a área, mas há uma opção de roteiro mais curto, que dura metade de um dia. O museu funciona entre abril e final de outubro, das 10h às 17h, diariamente.

 

De volta à cidade de Interlaken, vale alugar um cavalo ou charrete em uma das duas estações ferroviárias da cidade e passear pelo centro para admirar as paisagens alpinas de uma forma diferente e divertida. Para os turistas mais tradicionais, há também os shows de folclore suíço, que acontecem durante a temporada de verão na cidade, com grupos de iodelei (técnica de canto típica do país) e tocadores de alphorn (trompa dos Alpes, instrumento característico da região).

 

Mais informações sobre Interlaken, passeios e promoções:

 

www.interlaken.ch

 

www.myswitzerland.com

 

 

**Fotos de capa: divulgação

Eliane Barbosa
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