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MULHER, MELHOR QUE CACHORRO?

MULHER, MELHOR QUE CACHORRO?

ZARCILLO BARBOSA
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Dúvidas sobre o casamento todos temos. Dilemas da espécie também foram enfrentados por Charles Darwin, célebre por seus estudos sobre “evolução” em ciências biológicas. Em 1838, entrou naquela do “caso ou não caso” com a prima Emma, e resolveu fazer uma lista dos prós e contras do matrimônio.


Armou duas colunas para os prejuízos possíveis e as vantagens improváveis do casamento. Na primeira, elencou o fim da liberdade para ir onde quiser; a necessidade de socializar com os parentes da mulher; a diminuição do dinheiro disponível para livros e do tempo para lê-los; e a hipótese de haver discussões conjugais que são uma grande perda de tempo (grande verdade!).

Os estudos de Darwin


Nas razões para casar, Darwin é mais lacônico: é bom ter companhia, sobretudo na velhice; é bom ter alguém para tomar conta da casa; e, bem vistas as coisas, “uma mulher sempre é melhor que um cachorro”.


Darwin acabou por casar. Podemos fazer listas com muito mais argumentos, pró e contra, mas ainda acho que a razão está com o poeta Virgílio: “amor omnia vincit”. O amor tudo vence e, quem está apaixonado, quer mesmo é ficar ao lado do amado, sem se importar com as consequências. O exemplo vem do rei Eduardo VIII, que em 1936 abdicou da coroa do maior Império do mundo – “onde o sol nunca se põe” – para ficar com Wally Simpson, uma divorciada americana, mais velha do que ele. E não era nenhuma beldade.


Na sociedade machista, ainda prevalece a cultura do “sexismo benevolente”. Os homens pensam em atribuir à mulher um papel inferior. É ela quem casa. Ele, continua com suas prerrogativas de solteiro. A mulher seria o sujeito passivo da questão.


Em tempos de tecnologia avançada, também evoluímos nos costumes. Darwin ficaria satisfeito em saber que sua teoria “evolucionista” vale, também, para o social, até para desmenti-lo. “Uma mulher é mais importante que um cachorro? ”


Quando se reduz alguém apenas pelo gênero, isso se chama “sexismo”. Discriminação sexual. Mesmo porque, há mulheres e mulheres. E há cachorros e cachorros.




Zarcillo Barbosa é jornalista
proximarota
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